sábado, 17 de setembro de 2022

Porto do Mar de Nuvens Rápidas

Nossas canções alcançarão o infinito 
Por tantas e tantas vezes, quase um rito, 
Neste céu d’estrelas não deixarei que tu pouses, 
E neste mar inconstante ouses e ouses. 

Vem navegar por sobre essas nuvens 
De espuma que se quebram ao teu vens, 
Quebram-se ao vento na orla da doce presença 
E do amargo adeus de vela e sentença. 

Mas como são doces às canções dum navegador 
Por entre brumas ou nuvens peregrinando 

Pela vida inconstante como o teu mar de paixões 
Movido pela sina do tempo e demais ações. 

O que é o amar pergunta-se? Será qu’enxergará 
Mesmo e a tempo de não terminar de navegar, será? 

Tempestades aproximam-se, a vela pouco sabe 
P’ra onde decerto vai, feito mar a resposta não cabe. 

Luiz Rosa Jr.