segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

O rio é o piano e o piano é o rio

Não param de tocar por sobre o rio
Movidos sons sobre as águas luminosas,
Um piano e um dos ventos assovio

Movente à beira da relva suspirosa.
Vejo-o na tarde que se vai, alguns feixes
De luzes das árvores e uns peixes

Borboleteiam ligeiros na sua superfície amena
Com pequenas ondas de sons a brisar serenas,
Momento me confundo e me pergunto apenas:

O rio é o piano? Ou o piano é este mesmo rio?
Uns acordes leves e vespertinos se indo, sorrio
Em um êxtase simples deitado à grama longa

Beirando o rio e a canção que vem nas ondas,
Ondas de aroma de água doce e vento passageiro,

Queria pensar em tantas coisas de que aceito
E não aceito, mas não sei se de questionar é hora

Ou se muito pensar é certo, só sei que agora
Só sou piano, sou rio, sou ondas de águas sonoras.

Não me pergunte sobre essa vida de aí afora,
Sou música da ponte qual com o rio quer ir embora.

Luiz Rosa Jr.