É preciso entender o
barulho da chuva que cai,
E é preciso entender mesmo a estar
sozinho,
É preciso entender
este sino sem sono de um som que s’esvai
Liberar
no vento amarguras pelo caminho.
O sino não para de
tocar, e os ponteiros giram
Feito um menino a
rodar sorrindo e delirante,
Serei eu? Será meu
filho que ainda não tive? Alguém de antes?
Será a vida? Ventos
rápidos que suspiram?
E isso imagino num
sonho acordado
Navegando lembranças
de agonias, alegrias,
Derrotas, vitórias,
presente e passado,
Numa confusão de fraqueza
e força qual mostrei ter pelos dias.
Mostrei-me em momento
muito forte
Enquanto em silêncio
desmoronava e gritava,
Foi necessário manter
erguido o porte
Que desmoronado em
pedaços catei do chão que se inundava.
O sino segue a tocar,
a vida em si no sino tem o tempo de um lírio...
Contida e incontida,
ensino então seus ecos de passagem pelo caminho.
O sino segue a tocar e
seus ecos dão voltas como as águas do rio
Que avançam com sua
cheia, tem a sua natural seca, mas ao seu ninho
Não deixam de voltar,
soa agora o sino à beira do rio, o rio é um menino.
Luiz Rosa Jr.