Jardins sim saem de mim com orvalhos acesos d’inspiração volvendo,
Ah! Há quanto tempo não os sentia assim tão perto, estou os vendo
Com folhas feito bolhas evolantes, as filhas do vento
Vêm circundantes a voar dançantes e amantes duma leve amenidade
Que rompe todo cotidiano ar de maldade tingindo o cinza da cidade.
Ah! Como posso ver oceanos neste céu agora sem véu sombrio,
Vejo nele índigo mais lindo banhando de esperança e confio
Na vida, aquela qual por muito a desacreditei e fazia tão vazia,
Mas o índigo deste céu, ora não sei o porquê, acordou-me o dia,
Deu água a minha fonte, deu som a minha harpa, e se dizia
Eu coisas vãs antes já hoje então sinto muito a me arrepender
Pois não quero perder-me, quero como estas folhas suspender
E suspender-me, e nas árvores de novo encontrar a música,
E no vento as asas, imaginar tocar harpa, fazer palavra única.
Luiz Rosa Jr.