Passam rápidas em fuga,
E já sem ser reféns de ninguém.
Há um tempo, um céu e vento que retém,
E eu vendo sinto um bem
Frescor e nem sei de onde vem.
Éolo dança na grama do campo,
Movimenta a relva e altas árvores enquanto
Eu sozinho me ponho a escrever, pensar, divagar...
Não sei se tão veloz ou devagar.
A chuva rítmica e tímida vejo tomar a cidade,
E já destemida tem com a ventania cumplicidade,
Enquanto chove o café saboreio,
Não qu’esteja tão bom, mas inspiração veio,
Qu’inunde meu peito pois preciso em versos vê-lo.
E as nuvens continuam passando...
Queria acompanhá-las mesmo pesadas no firmamento,
E no tão logo momento chegando
Desaguar em raios às nascentes do rio do pensamento.
Luiz Rosa Jr.
1.Éolo: na mitologia grega é tradicionalmente conotado como quem origina e regula os ventos, é o deus dos ventos.