sábado, 5 de agosto de 2023

Café de um dia de chuva

O mistério por entre as nuvens de chuva, 
Passam rápidas em fuga, 
E já sem ser reféns de ninguém. 

Há um tempo, um céu e vento que retém, 
E eu vendo sinto um bem 
Frescor e nem sei de onde vem. 

Éolo dança na grama do campo, 
Movimenta a relva e altas árvores enquanto 
Eu sozinho me ponho a escrever, pensar, divagar... 

Não sei se tão veloz ou devagar. 
A chuva rítmica e tímida vejo tomar a cidade, 
E já destemida tem com a ventania cumplicidade, 

Enquanto chove o café saboreio, 
Não qu’esteja tão bom, mas inspiração veio, 
Qu’inunde meu peito pois preciso em versos vê-lo. 

E as nuvens continuam passando... 
Queria acompanhá-las mesmo pesadas no firmamento, 

E no tão logo momento chegando 
Desaguar em raios às nascentes do rio do pensamento. 
 
Luiz Rosa Jr. 


1.Éolo: na mitologia grega é tradicionalmente conotado como quem origina e regula os ventos, é o deus dos ventos.