A que parece primeira e única
De nossos ouvidos sentidos e enfeitiçados.
Ah o som da música sobre os prédios e serrados.
Um velho olha fixo pela janela,
Vento, folha e chuva vêm adentrar por ela
O convidando a ser criança e a dançar no quintal,
E diziam as folhas do arvoredo em movimento e sinal:
Mais uma vez senhor, só mais uma vez e sem medo,
Não há mal e não há fim, este é o nosso segredo.
Breve é a magia da passagem, os ventos bem sabem,
Breve o movimento e estes círculos que nos cabem.
Sabei dum encantamento que tem de envolver o mundo,
O segredo dos anjos em voo profundo.
Sombrios são estes dias e os tempos em que estamos,
Porém, vivos nós não nos entregamos,
Digo-te então: é preciso magia, música e versos de luz
E sempre algo de bom nos bem conduz.
Aquele velho ou aquela criança tão velozmente a girar,
Está a girar e a girar, eu posso ver suspirar
Numa loucura e cura quebradora de sua terrível agonia,
Posso sentir a magia, no quintal a sinfonia,
No vento posso ouví-la, são folhas, arvoredo, sintonia.
Luiz Rosa Jr.